segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Liquidação!

Estou no céu. Acabei de receber a notícia de que vou nascer! Eu e outros bebês estamos formando filas para receber os dons e outras coisitas mais como cabelo liso – a fila está enorme – nariz pequeno, bunda grande – tudo lotado. Não gosto de filas desde que sou azeitona, acho, por isso acabo vendo uma barraquinha rosa, sem fila nenhuma, show de bola, e corro para lá.


Há uma regra básica das barraquinhas: uma vez lá, você tem que ficar e receber o “presente”. Vejo outra bebê que talvez deteste fila, se aproximando. E mais outra depois. A fila está crescendo. Estou ansiosa para saber o que vamos receber e de repente uma mulher de aparência medonha sorri e diz: Parabéns! Vocês ganharam ovários policísticos!

Tenho ovários policísticos, e daí? Uma a cada cinco mulheres tem! Só não sei onde elas andam. Aliás, minha mãe conhece um monte. Quero dizer, em sua grande ansiedade de ser avó, ela sempre tem coisas animadoras para dizer, tipo: Fulaninha, prima de Cicrana tem ovários policísticos e engravidou! Ou Beltrana que é casada com o filho de Fulana, tinha ovários policísticos e só não teve mais filhos porque não quis.

Mãe é mãe. Para a minha, a esperança é a última – eu digo a última mesmo – que morre. Ela desafia até a eficácia dos testes de gravidez! Fulaninha disse que a irmã dela fez uns cinco testes e todos deram negativos, porém ela estava grávida! Poxa, mãe, acho que isso é a exceção – digo.

Fica a dica: liquidação sem fila é furada!